quarta-feira, 5 de novembro de 2014

novembro azul



Depois de o mês de outubro ser marcado pela campanha de mobilização para prevenção do câncer de mama, conhecida como Outubro Rosa, agora é a vez dos homens. O mês de novembro é internacionalmente dedicado às ações relacionadas ao câncer de próstata e à saúde do homem. O mês foi escolhido pois o próximo sábado (17) é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
O câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no mundo e o de maior incidência nos homens. As taxas da manifestação da doença são cerca de seis vezes maiores nos países desenvolvidos.
Cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem em homens com mais de 65 anos. Quando diagnosticado e tratado no início, tem os riscos de mortalidade reduzidos. No Brasil, é a quarta causa de morte por câncer e corresponde a 6% do total de óbitos por este grupo.
FONTE: http://www.brasil.gov.br/saude/2012/11/novembro-azul-conscientiza-homens-para-prevencao-do-cancer-de-prostata

outubro rosa


Abaixo segue um link interessante sobre a história do Outubro Rosa.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

I Fórum de Medicina e Patologia

Dia 25 de Agosto foi realizado o I Fórum de Medicina e Patologia. Esse evento contou com um bloco acadêmico contendo discussões de casos clínicos promovidas por 3 ligantes, além dos palestrantes Dr. Alexandre e Dr. Cristiano.
Abaixo, algumas fotos do evento. 









quinta-feira, 7 de agosto de 2014

I Fórum de Medicina e Patologia da LAMEP



Caso clínico: tumor de pâncreas

Paciente do sexo feminino, 32 anos, apresentava queixa de icterícia há três meses em consulta de rotina, na qual foi aventada a hipótese de hepatite e solicitado encaminhamento da paciente para a infectologia com sorologias. Em consulta da infectologia foi descartada a hipótese de hepatite e solicitada ultrassonografia (USG) abdominal total que evidenciou dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas, ducto colédoco ectasiado (1,8cm), vesícula biliar hidrópica com bile espessa, sem evidências de cálculos em seu interior e ectasia do ducto pancreático principal (5,9mm). Durante todo o período a paciente apresentou icte­rícia progressiva e na época da internação já apresentava colúria, acolia fecal e prurido difuso. Além disso, referia febre baixa (não aferida), calafrios, inapetência e emagrecimento de 2 kg em dois meses. Frente ao resultado da USG a paciente foi interna­da em serviço de Teresina para investigação diagnósti­ca, tendo sido realizados tomografia computadorizada (TC) abdominal e ressonância nuclear magnética (RNM) abdominal. A TC apresentou pequeno aumento volumétrico da cabeça pancreática com impregnação heterogênea pelo meio de contraste, sugerindo dege­neração cística/necrose, moderada dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas, dilatação do ducto Wirsung (figura 1) e vesícula biliar distendida (figura 2). A RNM sugeriu processo infiltrativo pancreático de natureza indeterminada, associado a pequenos focos císticos de permeio, dilatação moderada das vias biliares intra e extra-hepáticas e do ducto pancreático principal.
A hipótese diagnóstica feita foi de neoplasia de ca­beça do pâncreas e indicado tratamento cirúrgico. No inventário da cavidade não foram observados metás­tase hepática ou implantes peritoneais, confirmando uma tumoração de aproximadamente 2 cm na cabeça do pâncreas. Foi realizada uma duodenopancreatec­tomia com preservação pilórica. Não houve intercor­rências durante a cirurgia e a paciente evoluiu bem, sem fístula pancreática, com boa aceitação da dieta e recebendo alta hospitalar no décimo quarto dia após a operação. O anátomo-patológico mostrou adenocarci­noma ductal moderadamente diferenciado de cabeça do pâncreas, estadiamento T2N1MX, sendo indicada quimioterapia adjuvante pelo serviço de oncologia.

Introdução
O câncer de pâncreas ainda é um grande problema não solucionado de saúde, que afeta mais de 185.000 pessoas a cada ano no mundo todo. O câncer pancreático e a quarta maior causa de morte relacionada ao câncer tanto entre homens quanto em mulheres (depois dos canceres de pulmão, colón e mama) e é responsável por 5% de todas as mortes ligadas ao câncer. No Brasil, o essa neoplasia representa 2% de todos os tipos de câncer, sendo responsável por 4% do total de mortes. As estimativas de novos casos foram: 9.320 (2009) e o numero de mortes de 6.715, sendo 3.336 homens e 3.379 mulheres (2008). Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60 anos.


Fatores de risco
O modelo causal para câncer de pâncreas ainda permanece obscuro, porém diversos fatores têm sido frequentemente associados ao aparecimento desta doença. O tabagismo é o principal deles, sendo responsável por 30% dos casos. O risco e proporcional a quantidade inalada (dose-dependente) e parece diminuir depois do abandono do habito
Os tumores de pâncreas guardam estreita relação com algumas condições clinicas, sendo o diabetes mellitus uma das mais frequentemente associadas com um maior risco para câncer de pâncreas. A associação entre diabetes e câncer pancreático vem sendo questionada, uma vez que é difícil precisar se o câncer de pâncreas precede ou antecede aquela doença.
O álcool tem sido associado ao câncer de pâncreas devido a seu importante papel na etiologia da pancreatite crônica, que, segundo alguns estudos epidemiológicos, predispõe ao desenvolvimento dessa neoplasia. Além disso, o álcool estimula a secreção dos hormônios (colecistoquinina e secretina), cujo excesso, segundo a literatura, também tem sido associado a esta neoplasia.

Tipo histológico
A maioria dos canceres pancreáticos tem origem nos ductos pancreáticos (95%), sendo principalmente adenocarcinomas. Macroscopicamente, são branco-amarelados e firmes. Cerca de 60% dos casos surgem na cabeça do pâncreas, 15% no corpo ou cauda, e 20% envolvem a glândula difusamente. Adenocarcinoma ductal é altamente agressivo, dando com frequência, invasão de tecido vascular, linfático e perineural.Aproximadamente 80% dos espécimes cirúrgicos mostram doença em linfonodos regionais. 




Manifestações clinicas
Os sintomas iniciais do câncer de pâncreas são inespecíficos e vagos, o que dificulta e atrasa o diagnóstico. Os sintomas clássicos de dor, perda de peso e icterícia, quando estão presentes, sinalizam um estadiamento já avançado.
Os sintomas variam de acordo com o local do pâncreas em que o tumor se desenvolve. O tumor que se localiza na cabeça do pâncreas apresenta como sintoma comum a icterícia acompanhada de prurido e que e decorrente da compressão extrínseca do ducto biliar. A compressão dessa via faz com que a bile retorne para o fígado e, em seguida, para a circulação sanguínea, causando icterícia. Entretanto, esse sinal clinico aparece ainda mais tardiamente nos tumores localizados no corpo e cauda do pâncreas, nos quais o aparecimento de icterícia geralmente esta relacionado com metástase no fígado.
Outro sintoma do tumor de pâncreas é o aumento do nível de glicose no sangue, decorrente da destruição e diminuição do funcionamento das células pancreáticas que produzem a insulina. Outros sintomas menos frequentes, mas que também podem ser observados nesses pacientes são fraqueza, intolerância alimentar, anorexia, esteatorréia ou fezes mal cheirosas, dispepsia, náuseas e depressão. Isso, porque, em alguns casos, o tumor pode reduzir o fluxo de bile, interferindo na digestão. Nesses casos, a insuficiência de bile causa problemas de digestão de gorduras, aumentando a quantidade de gorduras nas fezes, que irão apresentar-se esbranquiçadas, volumosas e com odor mais acentuado.

Diagnóstico
O quadro clinico de pacientes com câncer pancreático e inespecífico e vago. Portanto, deve-se investigar a hipótese de câncer pancreático em pacientes que apresentam queixas de dor abdominal, perda de peso ou icterícia ate que se possa excluir tal hipótese.
Apos a historia e o exame físico do paciente, a hipótese diagnostica pode ser pesquisada através da realização da ecografia abdominal (ultrassonografia), da tomografia computadorizada ou da ressonância magnética. Esses exames de imagem permitem analisar a região e observar se há ou não a presença de lesões que sugiram um diagnostico de câncer pancreático.

Estadiamento












Com base nesse sistema de estadiamento, separam-se as denominações T3 e T4 baseado na possibilidade de ressecção do tumor local. Tumores T4 são aqueles que são irressecáveis devido a extensão do tumor ao tronco celíaco ou artéria mesentérica superior. Em geral, a extensão do tumor para essas artérias significa doença localmente avançada e tumor irressecável porque a ressecção cirúrgica e a reconstrução dessas artérias são tecnicamente difíceis, não permitindo uma ressecção completa e havendo significativo risco de morbidade e mortalidade.

Tratamento
Até o momento, a ressecção cirúrgica e a única chance de cura para pacientes com câncer pancreático. A sobrevida em cinco anos para pacientes que se submetem a ressecção cirúrgica completa de um câncer de pâncreas localizado se aproxima de 25%. Quimioterapia (QT) e radioterapia (RT) são consideradas tratamentos paliativos, adjuvantes ou neo-adjuvantes, com o objetivo de aumentar a sobrevida, melhorar a qualidade de vida ou, ainda, aumentar o índice de ressecabilidade.
Existem vários esquemas seguros e suficientemente testados para quimioradioterapia neoadjuvante. No entanto, esquemas terapêuticos contendo gencitabina, provavelmente, podem conseguir uma maior taxa de resposta comparada aos protocolos com 5-fluorouracil. Quimioradioterapia com gencitabina e cisplatina e capaz de produzir, até mesmo em câncer localmente avançado, boa resposta local c

sábado, 2 de agosto de 2014

CASO CLÍNICO- LIGA DE PATOLOGIA: CALÁZIO



Segundo Porto, Calázio constitui a causa mais comum de tumoração palpebral. É uma inflamação granulomatosa crônica da glândula Meibomiana, de causa desconhecida. Caracteriza-se por edema localizado na pálpebra superior ou inferior. Quase sempre se projeta para o lado conjuntival da pálpebra. Quando a pálpebra é invertida, a conjuntiva sobre o calázio mostra-se elevada e avermelhada.
Glândula Meibomiana ,Fisiopatologia e conseqüências de sua obstrução:
As glândulas de Meibomius são grandes glândulas sebáceas localizadas nas pálpebras. Estas glândulas sintetizam  lípidos e proteínas para as margens das pálpebras superior e inferior. Os lípidos glandulares espalham-se no filme lacrimal, promovendo a sua estabilidade e evitando a sua evaporação.
A disfunção da glândula meibomiana é causada principalmente pela obstrução do ducto terminal. Essa obstrução é, por sua vez, causada pela hiperqueratinização do epitélio ductal e pelo aumento da viscosidade do meibum. Este processo de obstrução é influenciado por fatores endógenos como idade, sexo, distúrbios hormonais, bem como por fatores exógenos como medicamentos tópicos, falta de higiene e stress. A obstrução pode causar dilatação cística intraglandular, atrofia dos meibócitos, perda da glândula e baixa secreção.

As consequências da insuficiência de lípidos podem ser o aumento da evaporação, hiperosmolaridade e instabilidade do filme lacrimal, aumento do crescimento bacteriano na margem da pálpebra, olho seco evaporativo e inflamação e lesão da superfície ocular.

APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO:

Paciente de 24 anos foi atendido com queixa de um pequeno nódulo único arredondado, duro e indolor em pálpebra superior do olho esquerdo.
Não há queixas de acuidades visuais, apenas aumento de sensibilidade a luz e incômodo local devido ao ressecamento ocular.
Aparelho cardiovascular, respiratório, abdômen e membros dentro da normalidade.
 CAUSAS:
Falta de higiene das pálpebras é ocasionalmente associado com o aparecimento do calázio. O stress também é freqüentemente associado com o calázio, mas ainda não foi provado como uma causa e o mecanismo pelo qual atua o stress é desconhecido. 

TRATAMENTO:

O calázio geralmente desaparece sozinho dentro de quatro semanas.
Prescrição de corticóide de uso tópico e anti-inflamatórios por via oral. Esteróides tópicos são necessários para impedir a resposta inflamatória crônica.

Se o calázio persiste por muitas semanas, ou continua a aumentar de tamanho, uma pequena cirurgia poderá ser necessária. A técnica cirúrgica de escolha é uma pequena incisão feita na pálpebra afetada, para permitir a drenagem do conteúdo do cisto. O acesso é feito pela parte de dentro da pálpebra para evitar cicatrizes visíveis.

Se houver um calázio recorrente, é imperativo que a biópsia seja feita, com avaliação histológica para excluir carcinoma de células sebáceas.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

CASO CLÍNICO: Uso de Contraceptivos orais e trombose mesentérica

Caso clínico apresentado no dia 22 de maio de 2014.



RELATO DE CASO


Segundo Simão et al. (2018), o artigo científico demonstra-nos um relato de caso sobre o uso de contraceptivos orais induzindo trombose periférica. Ao relatar o caso de uma paciente de 19 anos com náuseas, vômitos e dor abdominal tipo cólica em mesográstico, o artigo mostra-nos manifestações clínicas clássicas de uma trombose recente de ramos das veias e artérias mesentéricas. Além desses sintomas, a paciente apresentou-se com febre, taquicárdica (100 bpm), hipotensa (90x60 mmHg) e relatou ausência de evacuação por 2 dias.
Inicialmente, a dor emerge de forma intensa, intermitente e sem fatores de alívio na fossa ilíaca direita e após 1 dia irradia-se em direção ao flanco direito e mesogástrio até tornar-se uma dor panabdominal.
A paciente, cuja hereditariedade a predispõe a tromboses, relata ter ingerido 5 comprimidos anticoncepcionais hormonais orais 1 dia antes do início do quadro de sintomas, o que consequentemente a tornou ainda mais susceptível a desenvolver o distúrbio circulatório.
Por meio de exames físicos foi possível perceber um abdome rígido e doloroso à palpação difusa e com o auxílio de uma laparotomia exploradora evidenciou-se o desenvolvimento de uma necrose de íleo a cerca de 15 centímetros da válvula íleo-cecal, de aproximadamente 1,2 metros de extensão. Já os exames laboratoriais demonstraram por meio de um hemograma um valor acentuado de Leucócitos (17,8 x 109) e Fibrinogênio (8,79 g/L) em relação à normalidade enquanto a quantidade de plaquetas/Litro de sangue, 297 x 109 ,estava dentro da normalidade (150-400 x 109 /L).
Após um mês de permanência hospitalar e anticoagulação, provavelmente por meio do uso de trombolíticos, controle com heparina não fracionada seguido de profilaxia com Warfarin, a paciente foi submetida a uma cirurgia vascular que posteriormente possibilitou a realização de um exame anatomopatológico no qual se evidenciou um infarto hemorrágico, com peritonite fibrino-supurativa, trombose recente de ramos das veias e artérias mesentéricas e deficiência de proteína C.
As causas de uma trombose mesentérica podem ser: câncer, condições inflamatórias intra-abdominais, pós-operatório, cirrose, hipertensão portal, além de desordens da coagulação herdadas e adquiridas. Tais causas atuam no corpo humano agindo de acordo com a Tríade de Virchow, já que predispõem á formação de trombos por meio de lesão endotelial, estase ou turbulência do fluxo sanguíneo e hipercoagulobilidade sanguínea ( Simão,2008).
O uso de anticoncepcionais orais é um exemplo de fator desencadeante de desordens da coagulação adquirida, sendo responsável por 9% a 18% dos episódios de trombose mesentérica em mulheres jovens. Já a desordem de coagulação herdada caracteriza-se por uma Herança autossômica dominante, na qual geneticamente há um deficiência na síntese de proteínas anticoagulantes chamadas proteínas C e S.
De acordo com Simão et al. (2008), a proteína C é um anticoagulante endógeno, dependente de vitamina K , que é ativada  após a ligação de trombina ao receptor endotelial trombomodulina. A função da proteína C é inibir a coagulação após clivar os fatores VIIIa e Va. Além disso, tais reações são otimizadas por um cofator não enzimático chamado proteína S.
A trombofilia familiar foi reconhecida na década de 1980 como consequência dessa diminuição na produção de proteína S e C e segundo a literatura metade dos pacientes com tal alteração desenvolvem eventos trombóticos até os 26 anos de idade enquanto 63% apresentam recorrência.

Logo, a partir do momento em que os pacientes tiveram o diagnóstico de trombose venosa mesentérica, deve-se analisá-los a fim de verificar se o problema é hereditário ou adquirido, fator V de Leiden e hemoglubinúria paraxística noturna (Simão ,2008) .